Elisa Frota Pessoa

Ela fazia o que achava certo

Nascida em 17 de janeiro de 1921, Elisa enfrentou os desafios de sua época e destacou-se numa profissão majoritariamente formada por homens: a Física. 

Elisa, a contra gosto da família,  queria cursar engenharia, mas após a não aprovação, seguiu na área da física. Graduou-se em Física em 1942 e trabalhou até 1944 sem receber salário. Suas pesquisas auxiliaram na publicação de diversos trabalhos experimentais no Brasil. Foi uma das fundadoras do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Participou ativamente das lutas para vencer o preconceito contra o trabalho da mulher, assim como o pequeno interesse da sociedade pelo desenvolvimento da ciência.

Em toda a sua formação e carreira, Elisa teve que ultrapassar obstáculos, sejam por questões ligadas ao gênero, como exclusões e faltas de incentivo por ser mulher, seja por questões políticas . Em 1965, período com o Regime Militar, Elisa e seu novo marido foram transferidos para a Universidade de Brasília e, pouco tempo depois, para a Universidade de São Paulo. No entanto, em 5 de abril de 1969, com o decreto do AI-5, teve sua aposentadoria forçada, após uma denúncia de que fazia parte de um módulo do partido comunista. Então ela e seu marido resolveram trabalhar na Europa e Estados Unidos.  Em 1980, recusou-se a pedir anistia e, nesse mesmo ano, ela e seu marido foram readmitidos no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Quando reassumiu os seus trabalhos, implantou um laboratório de emulsões nucleares para estudo de espectroscopia nuclear e o comandou até 1991, quando sua aposentadoria compulsória por idade foi decidida, mas continuou como professora emérita até 1995.

Elisa lutou pelo seu espaço profissional em uma área dominada por homens, mas ainda existe no Brasil uma relação desigual na ocupação de homens e mulheres nas áreas das exatas, principalmente da Física e das Engenharias. 

“Para entender como era uma luta desde quando comecei a entrar na física, veja o seguinte: meu pai era advogado e, evidentemente, achava que física não era profissão de mulher. A vontade dele era que eu fosse para a Escola Normal, e eu [...] Queria ir para uma escola do governo, o Paulo de Frontin – já que o colégio Pedro II não aceitava mulher naquela época. Por fim, ele deixou me matricular nas duas e, por sorte, saiu naquela época uma lei [...] dizendo que uma pessoa não podia se candidatar a duas escolas do governo ao mesmo tempo [...]. Quando papai foi me matricular na Escola Normal, disseram-lhe que não era permitido porque tinha saído esta lei e diziam que eu já estava inscrita na Paulo de Frontin. Como ele sabia que eu não queria ficar lá, não insistiu muito e foi direto conversar com a diretora do Paulo de Frontin na época, a Dra. Andrea Borges. Ela disse a ele que sabia da lei, mas que não me perderia como aluna de forma nenhuma, porque tinha visto as minhas provas”

Saiba mais em:

thttps://www.scielo.br/j/bjp/a/S8dhF8V4ZfypFfVcp8ngRXH/?lang=pt

https://www.mulhereseinovacao.com.br/conheca-elisa-frota-pessoa/r

https://www3.unicentro.br/petfisica/2022/07/22/elisa-frota-pessoa-1921-2018/ca (unicentro.br)

https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/193241/PECT0356-D.pdf?sequence=-1&isAllowed=yD.pdf (ufsc.br)

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