Jaqueline Gomes de Jesus

Primeira gestora do sistema de cotas para negros e negras do país

Filha de um operador de computadores da UnB, e de uma professora da rede básica. Seus avós maternos, foram candangos que trabalhavam na construção da Capital Federal. Sua mãe foi a primeira pessoa da família a ter acesso ao ensino superior, formando-se no mesmo ano de seu nascimento. O incentivo nos estudos tem origem na família cuja sabedoria já a alertava para as dificuldades a serem enfrentadas no caminho. E de fato a vida nem sempre trouxe experiências fáceis: “Foram grandes os desafios, por ser uma criança e adolescente negro sofri com a ostilidade e preconceio na escola, com a subestimação do meu conhecimento, da minha capacidade, apesar de meu alto desempenho educacional.” 

Mas outros desafios ainda viriam a ser mais duros e marcantes: “Enfrentei muitos desafios na escola por ser uma criança não-conforme de gênero, e eu sofria muito bullying, mas eu consegui terminar o Ensino Fundamental, apesar de sofrer discriminação, violências todos os dias com a anuência dos professores, brincadeiras mais agressivas dos outros alunos.”

A luta contra as injustiças e os preconceitos vem desde muito cedo. Questões difíceis, mas que a tornaram mais forte e empoderada a cada batalha vencida. 

Formada em Psicologia pela Universidade de Brasília, onde  também concluiu seu mestrado em 2005 e doutorado em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações em 2010, foi a primeira transexual a entrar para o doutorado na Universidade de Brasília. Jaqueline se assumiu como Jaqueline quando estava no doutorado. “ Eu decidi, aos 29 anos, que me reconhecia como mulher trans e resolvi começar minha transição e viver como mulher. Tive muito apoio da minha família, bem diferente do que costuma ser”.

Atualmente é psicóloga, professora universitária e ativista brasileira. Participou da formulação do Sistema de Cotas para Negras e Negros, iniciativa pioneira no país, do qual foi a primeira gestora. Em 2017 recebeu a Medalha Chiquinha Gonzaga, da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, por sua contribuição com o debate sobre relações raciais, gênero, identidade de gênero, sexualidades e direitos humanos. Participou do Grupo de Trabalho para Sistematização das Normas Eleitorais, desenvolvendo pesquisa sobre participação política da população LGBT. Escritora e pesquisadora sobre saúde mental de minorias sexuais e de gênero em países de baixa e média renda, além de ser pesquisadora-líder do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Identidade e Diversidade. Por tudo isso prestamos homenagem à Jaqueline pela capacidade de converter suas dores e adversidades em ciência em benefício e melhoria do caminho a ser percorrido pelas próximas pessoas.

Saiba mais em: 

 

https://www.instagram.com/reel/CqYCYNugXPs/?igshid=YmMyMTA2M2Y=

Primeira trans a entrar para o doutorado na UnB narra sua trajetória (correiobraziliense.com.br)

https://www.youtube.com/watch?v=cdKBBrlLp1Yube

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