Carmen Velasco Portinho

Carmen Velasco Portinho foi filha de pai gaúcho e mãe boliviana. Nasceu em 1903 em Corumbá, região fronteiriça do Mato Grosso do Sul e com apenas 8 anos mudou-se para o Rio de Janeiro com sua família,  o local era a capital do Brasil. Em 1920 ingressou na Escola Politécnica da Universidade do Brasil, mas antes de despontar na profissão, ficou conhecida como uma líder sufragista fundamental para a conquista do voto feminino. Carmen Velasco Portinho lutou junto de Bertha Lutz e outras mulheres pelo direito ao voto.  “Em uma manhã de maio de 1928, três mulheres fizeram palavras voar no céu do Rio de Janeiro. Palavras que planariam por conta própria, por carregar o ensejo da luta política. Porém, porque planar é estável demais,  encontraram formas de ir mais longe. Partindo da Ilha das Enxadas, localizada em um pequeno arquipélago na Baía de Guanabara, as integrantes da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino sobrevoaram a então capital do país a bordo de um aeroplano Junker, lançando panfletos e folhetos que defendiam a implementação do voto feminino no Brasil (Kuhnert, 2021)”.

Carmem foi a terceira mulher a se graduar em engenharia pela Escola Politécnica da Universidade do Brasil e a primeira mulher a ganhar o título de urbanista. Em 1926, assim que se formou, foi nomeada engenheira-auxiliar pelo então prefeito do Distrito Federal Alaor Prata e assim Carmem ingressou no quadro de engenheiros da Diretoria de Obras e Viação da Prefeitura da Capital Federal. Foi também professora do Colégio Pedro II, um escândalo para a época, já que este era um internato masculino.

Carmem, por ser mulher sempre teve seus conhecimentos questionados e colocados a prova.  Sua primeira tarefa na diretoria de Viação e Obras da prefeitura foi a de vistoriar um para-raios instalado no alto do antigo edifício da prefeitura, o que seus colegas acreditavam que ela não seria capaz. Mas, Carmem tinha treinamento em alpinismo pois,  quando estudante escalou todos os morros do Rio de Janeiro. 

Nas campanhas das décadas de 1920 e 1930 por mais cidadania para as mulheres, lutou incansavelmente pela igualdade entre homens e mulheres. Era ativista pela educação de mulheres e pela valorização do trabalho feminino fora da esfera doméstica. 

Casou-se no início dos anos 1930 com o médico Gualter Adolpho Lutz (1903-1969), irmão de Bertha Lutz, do qual se separou poucos anos depois. Casou-se novamente com Afonso Eduardo Reidy, um arquiteto brasileiro que projetou o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A obra da nova sede do MAM teve início em dezembro de 1954. Carmen foi a única mulher entre mais de 450 trabalhadores e comandava todas as decisões referentes à construção.ndava todas as decisões referentes à construção. “Juntos, fizemos duas grandes obras, o Conjunto Residencial de Pedregulho e o Museu de Arte Moderna, que ele deixou inacabado e eu concluí. A construção do MAM foi um dos capítulos mais fascinantes da nossa vida profissional e, ao mesmo tempo, uma aventura a que todos envolveu.” disse Carmem. 

Carmem sempre foi de luta, luta para se graduar, para se impor profissionalmente, para renovar a estética artistica e para se sobressair em uma sociedade machista e preconceituosa. Sempre na vanguarda, foi uma mulher graciosa, cheia de energia, culta, inteligente, dinâmica, tenaz, considerada simpática e afável. E, segundo a própria, apesar de ter tido uma vida de muito trabalho, sempre se divertiu. Viveu quase todo o século XX, tendo falecido em 25 de julho de 2001 aos 98 anos. 

Saiba mais em:

https://www.instagram.com/reel/Cq3CaGigMr9/?igshid=YmMyMTA2M2Y=

https://revistarecorte.com.br/artigos/carmen-portinho-a-mulher-que-constroi/ta Recorte

https://mam.rio/educacao/animam-museu-de-arte-moderna-do-rio-de-janeiro/M Rio

https://brasilianafotografica.bn.gov.br/?tag=carmen-portinhogov.br

https://unifei.edu.br/personalidades-do-muro/extensao/carmen-velasco-portinho/nifei

 

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