Darlene Yaminalo Taukane

Primeira mulher indígena mestre em Educação no Brasil

Darlene Yaminalo Taukane quebrou paradigmas. 

Ela fica feliz ao ver que, hoje, há muitos professores indígenas com mestrado e doutorado e se alegra ao saber que alguns deles gerenciam escolas, outros podem resgatar a língua, que antes eram forçados a não falar e que muitos, viraram ativistas do movimento indígena, engajados com a preservação do meio ambiente. “O que percebi ao longo da minha caminhada como estudante é que a sociedade, as escolas e mesmo as universidades não têm preparo suficiente para ensinar com a interculturalidade dos povos originários”

 Em seu percurso acadêmico notou que o indígena numa pós-graduação acaba aprendendo mais os saberes dos não indígenas do que conhecendo e valorizando seus próprios saberes. Por isso ela destaca a importância da presença dos indígenas nos cursos superiores: “Por muitos e muitos anos, outros contaram sobre nós, os indígenas, agora é a nossa vez.”

Assim como Darlene, cresce a cada dia o número de indígenas que assumiram o protagonismo como pesquisadores de suas próprias crenças e costumes, no ainda excludente mundo acadêmico. 

Mas chegar lá não foi fácil. Devido a falta de professores na aldeia, só terminou o ensino fundamental aos 15 anos. Decidiu sair da aldeia para continuar os estudos. Trabalhava para custear seus estudos na cidade. Na escola foi quando se percebeu diferente, quando suas manifestações culturais, seus cantos e suas histórias a alguns encantava e a outros despertava preconceito. Mas as dificuldades e hostilidades da cidade não amedrontam a menina cujas bases eram fortes e firmes em seus propósitos e sustentadas pelo apoio de seus pais. Nas férias ela voltava para a aldeia disposta a aprender mais sobre os cantos, mitos e histórias de seu povo para no retorno a cidade poder cantar e contar a todos na cidade.

No mestrado, Darlene estudou a história do ensino escolar de seu povo Kurâ Bakairi, desde a submissão ao Serviço Proteção aos Índios , por meio das missões norte-americanas, passando pela Fundação Nacional do Índio, até que professores da etnia conduzissem o processo. “Foi quando a educação escolar passou a ser ministrada na língua materna e a ter mais afetividade e acolhimento das dificuldades na alfabetização”.

Depois do mestrado na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a educadora virou referência e, como servidora da Funai, começou a dar aula nos programas de formação de professores indígenas em Mato Grosso, São Paulo, na Bahia e em outros estados. Darlene mora em Paranatinga (MT), cidade mais próxima da aldeia onde nasceu, a Pakuera. “A partir do estudo, a gente percebe como foi o processo de ser colonizado, a gente começa a entender a vida e a política de cada povo.”

Siba mais em: 

https://www.instagram.com/reel/CqdPXyCgssJ/?igshid=YmMyMTA2M2Y=

https://www.youtube.com/watch?v=XUoh5X_r68Y

https://www.youtube.com/watch?v=HKGvi1O76pc

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