Bertha Lutz

Bióloga e pioneira ativista feminista no Brasil

Direitos ao voto, ao trabalho digno, à licença maternidade, a uma cadeira na sala de aula e à possibilidade de protestar contra qualquer retrocesso. Bertha Lutz é conhecida como a maior líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras.

“Recusar à mulher a igualdade de direitos em virtude do sexo é renegar justiça a metade da população” 

Bertha Lutz foi a responsável pela inclusão do discurso de igualdade de gênero na Carta da ONU, em 1945. Ela conseguiu incluir a palavra ‘mulheres’ na carta.

Bertha Maria Júlia Lutz nasceu em 1894 em São Paulo e sua vida foi um marco no cenário político e científico do Brasil. Estudou na França, graduando-se em Biologia na Universidade de Paris. Bertha foi criada na Europa, sua infância e adolescência se passam em contato com o modelo feminista e político europeu. Em Sorbonne, especializando-se em anfíbios anuros (grupo que inclui sapos, rãs e pererecas). Ela foi responsável pela descoberta da espécie nova de sapo Paratelmatobius lutzii. 

Retornou ao Brasil em 1919 e fez um concurso para o Museu Nacional, começando a se destacar na busca de igualdade de direitos entre os sexos, sendo a segunda mulher a ingressar no serviço público. Incansável na luta contra as desigualdades que tanto a incomodavam, no mesmo ano criou, ao lado de outras mulheres, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher. Três anos mais tarde foi representante brasileira na Assembleia Geral da Liga das Mulheres Eleitoras, foi eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana e criou a Federação Brasileira para o Progresso Feminino, lutando pela extensão do direito de voto às mulheres. Combativa e firme em seus discursos lutou corajosamente pelo que acreditava ser justo, para que mulheres fossem pessoas livres e com direito à igualdade.

Trabalhou no Jardim Botânico e contribuiu para a manutenção da memória do trabalho de seu pai Adolfo Lutz em zoologia médica, parasitologia, veterinária, bacteriologia e botânica. 

Em 1936, assumiu uma cadeira de deputada na Câmara Federal. Durante seu mandato, defendeu a mudança da legislação referente ao trabalho da mulher e dos menores de idade, propondo a igualdade salarial, a licença de três meses para a gestante e a redução da jornada de trabalho, então de 13 horas. No final de 1937, Bertha retornou ao Museu Nacional, onde assumiu a chefia do Setor de Botânica e exerceu o cargo até aposentar-se, em 1965. Infelizmente o acervo das atividades desenvolvidas por ela e de outros pesquisadores perdeu-se devido ao incêndio que destruiu grande parte do acervo do Museu Nacional em 2 de setembro de 2018. 

Bertha Lutz faleceu em 1976, no Rio de Janeiro, mas nunca deixou de ser uma inspiração e vista como uma das figuras mais significativas como cientista e ativista feminista em um momento em que os homens predominavam nesse meio profissional. À sua luta devemos muitos dos direitos conquistados até aqui! 

Saiba mais em:

https://www.instagram.com/reel/Cq3BzbzAIdI/?igshid=YmMyMTA2M2Y=

https://agenciadenoticias.uniceub.br/destaque/45-anos-sem-bertha-lutz-quem-foi-a-cientista-e-ativista-revolucionaria/e ativista revolucionária - Agência de Notícias CEUB (uniceub.br)

https://www12.senado.leg.br/noticias/entenda-o-assunto/bertha-lutzs

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