Katemari Rosa

Negro não tem que falar só sobre raça!

Katemari Diogo Rosa nasceu dia 16 de Outubro de 1979 em Porto Alegre. Oriunda de uma família de classe média baixa, foi criada só pela mãe. Fez o ensino fundamental em uma escola pública e o ensino médio no curso técnico em Secretariado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 

Desde criança, foi apaixonada por física, observava as estrelas e sonhava em alçá-las. Até que fez uma disciplina de Astrofísica e detestou.  Hoje, é formada em física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mestre em filosofia e em história das ciências pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutora em Ciências pela Universidade de Columbia, em Nova York. Ela criou a disciplina “Descolonização de Saberes:  a contribuição da ciência dos povos africanos e afrodiaspóricos”. 

Sua tese de doutorado, defendida nos EUA, é sobre mulheres negras na física. Uma das dificuldades da época, relembra, foi obter dados sobre raça das cientistas brasileiras, o que a levou a focar a pesquisa nas americanas. Só em 2013 o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) passou a indagar aos pesquisadores brasileiros sobre cor ou raça. 

Ao longo de sua trajetória, Katemari começou a reparar no racismo dentro de seu campo de atuação e, em 2015, iniciou a pesquisa “Contando nossa história: negras e negros nas ciências, tecnologias e engenharias no Brasil”, com o intuito de criar um banco de histórias de negros e negras cientistas no Brasil. 

“A gente experimenta o racismo porque ele é estrutural no nosso país. Você pode não reconhecer em alguns momentos, mas não tem como não viver. O fato de você ser o único negro em alguns ambientes é manifestação de racismo estrutural, porque faz com que aquele ambiente seja destinado majoritariamente para brancos. Digo aos estudantes: o negro não tem que ir para os espaços para falar só sobre raça. Acho ótimo falar disso, mas penso que é preciso ver pessoas negras falando de tudo, matemática, português, direito, ciência, física de partículas. “ 

A pesquisadora também é integrante do grupo Sapa Cientista (@LBsTem) e do DICCINA, o Grupo de Pesquisa Diversidade e Criticidade nas Ciências Naturais. 

 

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